Quase se podia ouvir os olhos dela falarem.
E em cada um deles havia uma lamparina acesa, mas que aos poucos se apagavam pela decepção.

Que olhos imensos que já foram vivos, sedentos! E que já gritaram!
Mas eles ainda respiravam fundo. Na esperança de que os olhos dele reagissem, onde só havia inércia.

E ela buscou o fundo dos olhos dele, para ver se havia alguém. Chamou. Mas ninguém atendeu.
Então os olhos dela recuaram, dispersaram e seguiram, em outra direção.


Por Demy Marcos - 2015

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